Fala da (garota).
Estava tarde. A lua
brilhava como um diamante, e as ruas vazias, sem nenhuma movimentação. Decidi passar em uma loja de café - que
apesar, não sei o nome - para comprar
algo, pois estava morrendo de fome. Não que eu goste de café, mas na mesma,
tinha vários Cupcakes maravilhosos. Havia uma big livraria bem ao lado. Na frente, varias mesas se alistavam abaixo
de duas árvores de lavandas - não era à
toa que aquele lugar me agradava tanto -
Comprei dois Cupcakes, um chocolate
quente, e passei na livraria para
comprar um livro que estava louca para ler. Sentei-me na cadeira, e coloquei as
coisas sobre a mesa. Aquele lugar era incrivelmente lindo, só ali eu me sentia
melhor, nada como encontrar alguém para bater um papo, já que a minha vida
estava algo, digamos, uma merda !
Do outro lado da
rua, observei um casal lindo, o amor fluía entre todos que passaria por perto.
Eram perfeitos, e que por um momento, me peguei com inveja, de ter pelo menos
alguém ao meu lado. Ela estava encostada em um poste, e o rapaz, segurando em
sua cintura; estavam vestindo roupas muito parecidas. Observando-os dei uma
bocada no meu Cupcake e uma golada em meu chocolate, estavam divinos; abri a
minha bolsa, havia 8 ligações perdidas do meu ex-namorado. John, não me deixava
em paz, desde que decidi romper com o nosso relacionamento – por isso minha
vida estava uma merda - ele não entendia
que não havia mas jeito. Jo, era lindo, loiro de olhos azuis, com 1,79 e fofo.
Porem pegajoso e ciumento. Acostumada
com a perseguição dele, nem liguei, continuei comendo, e observando a rua.
O casal que estava
na calçada do outro lado, foi embora. Cruzei as pernas, inquieta, tentando
achar algo para me ocupar – como um casal parecido com o outro ? - não, eu
precisava ir embora, ensaiar para a peça de amanhã, e dormir, como sempre. De repente, me ocupei. Fiquei boquiaberta com
a beleza de um jovem que entrou na cafeteria. OMG ele era lindo, cabelos
cacheados, olhos claros, 1,75, por aí; e
um sorriso, ai meu Deus, de tirar fôlego de qualquer garota. Sim, eu precisava ir embora, a hora passou
voando, não comi um pedaço do segundo Cupcake, e o primeiro, faltava bastante
para terminar. Tinha se passado 2 horas, olhei no meu relógio marrom, pequeno,
que mal dava para perceber com a minha blusa
de tricô, que o tampava.
Já era 23:04, e a
loja de café fechava, não sei que horas, mas não devia faltar muito.
- Sim senhor Harry
– Disse a mulher que ficava no balcão, que no momento estava atendendo o garoto
lindo que passou ao meu lado.
Não ouvi muito a sua
voz, era baixa, e rouca, porém, perfeita – perfeita no pé do meu ouvido, claro –
Quando, pela minha surpresa, ele se virou diretamente para mim, pegou a sacola,
e caminhou em minha direção – não, ele não iria se sentar na mesa em que eu
estava, iria entrar em seu carro que estava parado em frente a livraria, e ir
embora - Pânico, sim eu entrei em pânico.
- Posso se sentar
aqui ? Disse Harry – se esse fosse o nome dele mesmo.
- Ah ... Claro ! - Me
embolei nas palavras. Com certeza meu rosto estava vermelho, e com uma cara de
idiota.
Ele puxou a cadeira,
sentou-se, colocou as coisas que comprou em cima da mesa e começou a falar, não
sei o que, pois estava muito ocupada em suas covinhas e seus olhos fixados em
direção aos meus. Lindo ? Não, ele era perfeito. Quando comecei a prestar atenção no que
estava falando, John me ligou – não tinha hora melhor para aquele imbecil me
ligar ?
- Ah não –
Resmunguei.
- O que foi ? ex
namorado ? – Harry, acertou em cheio.
- Sim. Mas não vou
atender, ele me enche o saco o dia inteiro, porém... – mas Jo, era, e sempre
será o meu primeiro namorado, o primeiro
garoto em que minhas emoções começaram a fluir, o primeiro que morei junto, o
primeiro que me deu o mundo. Quando me mudei para Londres, John foi um fofo, me
ajudou, e depois com um tempo começamos a namorar. Era tudo lindo, ate que, ele
começou a usar esses tipos de coisas que não fazem bem para ninguém, drogas. Seus
amigos eram babacas, imbecis, mas John, tinha perdido seus pais em um acidente,
e “ revoltado “ entrou nessa vida .
- Porém ? - Harry
disse.
- Nada. Não
precisamos ficar falando de ex namorado. Precisamos ? – Eu perguntei.
- Temos que levar as
mesas para dentro, poderiam dar licença por favor ? – Um homem alto, até que
bonitinho nos interrompeu, pois iriam fechar a cafeteria.
- Sim, podem – Harry
retrucou.
Eu dei um
sorrisinho, levantei, peguei minhas coisas, e Harry fez o mesmo. Seguimos pela
esquerda, e começamos a conversar.
- Mora aqui perto ? – Ele perguntou.
- Não, na verdade. Sim. Faz um mês que aluguei uma casa aqui
no centro, morava mais longe. Estou aqui em Londres há 3 meses, como te disse,
tenho que me acostumar ainda. Então, mal sei onde moro ...
Ele fez um “ ah,
entendi “ com a cabeça. Era gentil, fofo, lindo, e me fez uma grande companhia
naquela noite. Estava precisando me descontrair, e me veio em uma boa
hora. Continuamos a caminhar e de repente
a minha bolsa escorregou pelo meu ombro direito, e caiu no chão. Eu e Harry
agachamos juntos, e aquela cena de filme aconteceu. Aquele momento em que senti
o seu calor em meu corpo. Ele tocou na minha mão, olhou em meus olhos, pegou a
minha bolsa e me ergueu com o auxilio de nossas mãos. Depois, vendo-o de tão
perto, percebi que ele tinha varias, ou melhor, muitas tatuagens, e em seu
peito, observei dois pássaros, lindos, desenhos encantadores. E isso me fez
ficar vidrada, querendo saber, se havia mais de baixo daquela camisa preta, e
também, de baixo daquela calça jeans, que era do mesmo tom.
- Harry, preciso ir
embora – Eu disse.
- Ok, te levo para
casa.
- Não quero
incomoda-lo – É claro que eu queria puxar ele, e falar “ claro com certeza, não
me leva para a minha casa, leve para a sua, seu lindo”.
- Não vai. Vou te
levar mesmo se incomodasse – Ele disse, todo gentil, e ao mesmo tempo com cara
de safado; que era o que mais tinha naquele sorriso estampado, malicioso, mas
encantador.
Voltamos todo
caminho andado, pois o carro dele estava na frente da big livraria; ele foi
falando de sua família, falou o quanto sente falta deles, e também, que estava
em uma boyband chamada One Direction; as peças me ocupavam tanto, que não teria
tempo para entrar na mídia, nas famas, que ocorriam no mundo. Conversamos
tanto, que nem percebemos que passamos direto do carro, e só duas calçadas
depois, notamos que o carro estava atrás, não á frente. Rimos com a tolice que
havia acabo de acontecer.
Ele abriu a porta do
carro, agradeci com um sorriso, e ele devolveu com outro. Seu carro era lindo, uma
E-Type Jaguar vermelha, que com
certeza custava uma fortuna. Não sou fã de carros, mas aquele com certeza era
lindo, sempre achei legais carros assim, do tipo antigo, mas elegante. No
caminho, devoramos os Cupcakes que ele comprou, e conversamos à beça; o tempo
foi passando, e enfim, chegamos em casa; enrolando, consegui descrever onde eu
morava. Olhei para ele, sem saber dizer, um tchau, ou algo assim – ok, isso era
estranho, mas parecia que algo estava rolando. Ele não sabia o que dizer, eu
também não.
- Então. Obrigada – minha vontade era não
sair daquele carro, e continuar conversando, gargalhando; mas com ele –
Obrigada pela carona, e pela a companhia. Estava precisando.
Sem pensar, abri a porta do carro, saí,
fechei a mesma, fui ate a porta da minha casa e acenei com a mão. Ele devolveu
com um tchau, e disse ate mais. Entrei em casa, e fui recebida, pelos meus dois
Bulldogs, e pelos meus dois gatos. Minha casa estava uma baderna, mas não tinha
tempo para pensar em nada, a não ser dessa grande noite com o lindo garoto
Harry que encontrei por acaso em uma cafeteria em Londres. Encostei na porta, e
suspirei.
- Isso me fez bem – Disse para eu mesma.
Subi as escadas, em um ânimo, que não sei de
onde tirei. Fui direto ao banheiro, e joguei a água em meu rosto. Comecei
encher a banheira, derramei perfumes de lavandas, e comecei a tirar a roupa.
Tirei o meu Coturno Orcade preto, minha calça jeans de couro, e minha blusa
de tricô. Meu celular começou a tocar, quando abri minha bolsa, e encontrei um bilhete dentro do bolso – “ adorei te conhecer. Me ligue : 72474298 “.
Fim da fala da (garota).
Começo da fala de Harry.
Cheguei no meu apartamento, estava escuro,
não conseguia ver nada; simplesmente a lua brilhando, refletindo na janela que
ficava do outro lado da sala. Fechei a porta, e subi as escadas, e fui direto
para o meu quarto; não acendi nenhuma luz, precisava pensar na garota que teria
acabado de conhecer. Ela era linda, loira, cabelos longos, com cachos que caiam
sobre seus seios, e terminavam perto de sua cintura. Seus olhos e sua boca, me
chamavam para um beijo – mas eu não era esse Harry, um garoto que não beijaria
a mesma, quando me interessaria por ela. Eu fiquei sem palavras, mas por que ?
Não havia explicações, eu devo estar com sono, e necessito dormir. Peguei no
sono questão de segundos, estava muito cansado. Já era 7:30 da manhã, tomei meu
banho, vesti minha roupa, coloquei meu All
Star branco, e peguei meu celular. O cheiro de lavanda estava no ar - aquela
garota cheirava lavanda, e isso era maravilhoso – ela não saia da minha cabeça.
Pensava de como a mesma, me olhava; e seu cheiro, ai meu Deus, continuava em
mim.
Fim da fala de Harry. Começo da fala da
(garota).
Era 8:00, tinha acabado de acordar, e seu
cheiro continuava em mim – cheiro de Cupcake ? O garoto cheirava Cupcake, e
isso era maravilhoso – ele não saia da minha cabeça. Desci as escadas em um só
pulo, estava faminta, Joseph, Danny, Megan, e Megui, já tinham acordados
(famintos por sinal); coloquei a ração em cada pote; comecei a esquentar meu
leite e liguei a torradeira.
- Vamos (garota) !! Não podemos nos atrasar –
minha melhor amiga Mary, que fazia teatro comigo, estava me apressando.
- Ok, já estou indo – eu disse.
A hora passou voando, sai em um pé, e voltei
no outro. Como de costume passei na cafeteria, á procura de alguém, hum digamos,
chamado Harry. Sim o menino lindo de ontem a noite, eu não podia pensar assim,
mas ele era de mais, era de mais para uma garota, que estava carente, e com um
ex namorado chato, a ponto de dar um pé nele, logo de uma vez. Não o encontrei,
como eu imaginava; não sabia se ligava para ele ou se, sei lá, esperasse ele se
esbarrar comigo em algum lugar na Cidade super pequena de Londres. Não
havia como encontrar ele, há não ser eu
ir atrás, mas eu não queria problemas para a minha cabeça, mas eu estava
apaixonada, e não poderia negar.
Passaram-se dez dias. Voltei do trabalho, e
fui direto para a casa; peguei aquele maldito papel que Harry tinha me dado no
domingo, da semana passada. Sentei-me na minha poltrona cor pastel (ela era bem
desenhada, com uma textura aveludada, e feminina); peguei uma xícara de chá, e
coloquei os meus pés sobre a mesa de centro da Sala de Estar. Segurei meu
celular e olhei para o papel em minha mão.
Fim da fala da (garota). Começo da fala de
Harry.
Passaram-se dez dias, para mim, uma
eternidade, (garota) não me ligou – será que ela não viu o meu telefone, que eu
havia deixado em sua bolsa ? Ou ela não gostou de mim ? Não adiantava eu ficar
fazendo perguntas, eu devia ir atrás dela, falar tudo o que eu estava sentindo.
Mas não, eu não fui ... Por idiotice ? Talvez, não sei. Só quero envolve-la em
meus braços, abraça-la, e dizer que o seu cheiro ainda está em meu corpo, em
meu apartamento, e que eu tenho medo de lavar a roupa daquela noite e vir um
cheiro desagradável, como era antes de conhecê-la.
Meu celular tocou.
Fim da fala de Harry. Começo da fala da
(garota).
- Alô ? - Disse ele, com uma voz de sono, e
ao mesmo tempo de ansiedade.
Meu coração disparou, como se ele fosse sair
pela boca; e eu travei. Não conseguia falar, então...
- Sou eu ... (garota) – quase tive um
enfarto. Sua voz paralisou. Harry ficou ofegante, como se eu pudesse
ouvir a batida de seu coração, e soubesse que ele sentia o mesmo do que eu.
Fim da fala da (garota). Começa da fala de
Harry.
Meu Deus, era ela. A garota linda, de cabelos
lindos, de olhos lindos, que me encantou a dez dias atrás. Sim ! Ela me ligou.
E eu não sabia o que fazer, como ela...
- Não fala nada ! Eu sei que você deve estar
pensando algo como “ essa menina é louca? Depois de não sei quantos dias, me
liga para não sei o que... “ . Não, eu não sou louca, apenas, quero, ahn... –
Ela disse sem hesitar. Mas depois, parou, sem saber se continuava ou não.
- Você quer me ver ? Como eu também quero ? –
eu disse com medo de sua resposta. – Não consegui deixar de sentir o seu cheiro
de lavanda – escutei um suspiro saindo de sua boca e atravessando em meus
ouvidos, e me fazendo arrepiar – Precisamos nos encontrar, agora. Por favor,
não me faça esperar, esses dez dias... Eu estou apaixonado, apaixonado por uma
garota que só vi uma vez na vida, mas que ... – Droga ! Travei.
Fim da fala de Harry. Começo da fala da
(garota).
Ele me correspondeu. Fiquei sem saber o que
fazer, simplesmente senti aquela coisa de, borboletas no estomago. Ah tempos
não sentia isso, e era uma sensação ótima, com vontade de vomitar arco-íris.
- Eu... Eu não sei o que dizer, precisamos
nos encontrar então na Av. Brooklin, na Praça de Cousmen. Eu ... Tchau, ate
daqui a pouco – desliguei o celular, peguei a minha bolsa que estava em cima do
sofá, joguei o mesmo dentro dela, peguei as chaves, fechei a porta, e fui
correndo em direção ao meu carro.
Ele estava lindo. Jaqueta de couro, que o
deixava mais lindo que naturalmente – pera aí, mais lindo ? Impossível !
Desliguei o carro, abri a porta, contei até 3, e desci. Cabeça baixa, mordendo
os lábios; ele estava lá, a minha espera, andando de um lado para o outro. A
praça era perfeita para um reencontro, e o que não poderia faltar, e que não
faltavam. Lavandas. Varias arvores de lavandas rodeavam e dançavam em volta de
nós dois.
Harry me abraçou. Tão forte, que senti seus
ossos, ou, os meus, estralarem. O seu cheiro de Cupcake, (que senti uma falta
tremenda) voltou em minhas narinas.
- Seu abraço me faz bem – Eu disse.
- O seu também – Ele afastou a minha cabeça
de seu ombro esquerdo, olhou em meus olhos, e me tascou um beijo.
Meu Deus, que beijo. O beijo mais
maravilhoso; nossos corpos se misturavam, e as arvores entravam em harmonia com
a nossa paixão. Nossas mãos se entrelaçaram, e o beijo parou quando ele “
esfregou “ o seu nariz no meu, levantou um pouco o queixo, e me deu um beijo na
testa.
E foi ali. Naquele lugar, e naquele dia ...
Fim da fala da (garota). Começo da fala de
Harry.
Que tudo começou ...