terça-feira, 9 de julho de 2013

8- Imagine com Harry Styles.


 Começo da fala da (garota).
 Havia um mês que estava chovendo naquela pequena cidade de Londres, eu estava com a garganta queimando, e como uma boa escritora, um livro precisava ser terminado – ou melhor, começado – eu sentia muito a falta do meu grande namorado – Harry Styles – nós namorávamos a um bom tempo – mais ou menos um ano e meio – ele era um garoto muito ocupado, e não sobrava se quer um tempo para uma visita em meu apartamento. Nos conhecemos em um sábado ensolarado, em uma livraria, com o meu livro em suas mãos - Harry era a única pessoa que soube dos meus livros – eu usava apenas o meu sobrenome, e nunca quis me identificar – (ele amava o “Você me trás as borboletas?” , era um livro lindo, e doce, que contava a história de duas crianças com 10 a 11 anos, que sonhavam com um mundo melhor, com um casamento, e  as promessas das borboletas em suas vidas – um significado para nós dois -, porém, a história no principio era linda, e encantadora, passaram-se anos, e aquele belo casal, surpreendeu os leitores quando o garoto, desisti de seu amor – deixando a garota - saindo pelo mundo afora) – só lendo para saber...
  Eu morava em um pequeno apartamento, em uma cidade praticamente desconhecida. Me mudei para lá a um mês, era difícil me identificar com tudo novo em minha vida. Nasci na Itália; meus pais haviam morrido logo quando eu nasci - em um acidente de carro - depois do ocorrido, saí de minha casa com poucos dias de vida - a mesma ficando como uma “fortuna” – fui criada por um casal que eram grandes amigos de meus pais – eles haviam morrido quando eu acabara de completar 10 anos, ou algo assim - mas o rumo da minha vida me trouxe para Londres, onde encontrei o amor da minha vida, e uma carreira a ser seguida.
  - Ó meudeus! Eu preciso começar esse livro – disse com a voz alta, colocando as mãos em minha têmpora – ela estava doendo, com um peso, como se eu estivesse batido a minha cabeça em alguma coisa, e ficado atordoada.
  Lucy – a minha gata – me assustou quando em uma rapidez passou na portinhola para gatos. Ela devia estar passeando nas ruas da cidade, ou paquerando algum gato, que suportaria o seu mal humor de gata mimada. – Lucy venha cá minha pequena – eu a chamei, tirando os meus óculos de grau, colocando sobre a pequena mesa redonda, que  ficava no canto da sala, bem ao  lado da gigante janela de vidro que ia do chão ao teto – praticamente – eu o amava.  
  Ela deu um suspiro rápido, pulando em meu colo, se esfregando na minha blusa pedindo um carinho. Enquanto eu começava a digitar a minha história, uma batida na minha porta estava começando, ficando forte na segunda, e mais forte ainda na terceira – quem seria em plena madrugada ?
  Me levantei, e fui em direção a porta, colocando a mão na maçaneta fria me dando um calafrio; abri a mesma me surpreendendo com...
  - Oi – ele deu uma pausa e eu o interrompi – era o meu vizinho do apartamento de baixo. Ele era alto, de olhos verdes, boca pequena, nariz afinado, cabelos loiros e levantados. – O que foi ? A chuva te pegou não é mesmo ? – ele estava todo molhado, e eu prossegui : – Pois é, mas o seu apartamento é logo ali em baixo, então da licença que eu estou ... – eu olhei em seus olhos, quando ele me interrompeu.
  - Não ! Por favor, eu preciso de sua ajuda – James olhou em seu estado molhado, e deu um sorriso – Eu sei que você não me suporta por tudo, mas já passou, e eu preciso muito, que você me deixe tomar um banho aqui.
  - Ah claro, que não ! – eu fechei a porta em sua cara, e virei os calcanhares, quando desvirei, e olhei a sombra que estava de baixo da porta. Ele continuava ali – Ok – Eu disse.
  Voltei, e abri a porta para ele.
  - Tudo bem, você pode tomar banho, mas eu não tenho chuveiro, então... – dei uma pequena pausa, e levantei a minha sobrancelha delineada - tome cuidado com a minha banheira.
  Eu escancarei a porta para ele passar, e dei um passo para trás.
  - Obrigado – ele disse – Desculpe, mas é que o meu chuveiro quebrou, e...
  - Eu sei, cortaram a sua água, e a sua luz - dei de ombros, e um sorriso sarcástico.
  Ele sorriu – Ah claro, havia me esquecido que nesse edifício nada se passa despercebido.
  Pedi para ele esperar, e colocar a sua bolsa em cima do meu sofá preto, com estampas de flores rosas – era lindo – entrei em meu quarto, que cortava a sala no lado esquerdo, onde tinha a cozinha ao lado. Eram três cômodos muito aconchegantes para uma pessoa só.
  James tomou um banho até que rápido. Aproveitei e fechei o computador, e guardei as papeladas que falavam dos meus livros, e tudo mais – prevenir nunca é de mais – ele saiu do banheiro e o seu cheiro exalou no ar questão de segundos, de repente ele apareceu na abertura - que deveria ser uma porta, mas não passou de uma divisória de cômodos – da sala. Meudeus ele era perfeitamente lindo ! Me peguei elogiando o cara que eu não suportava olhar todos os dias de manhã – por favor não. Que babaca ! - ele interrompeu o meu blá-blá-blá interior, agradecendo pelo banho, e pegando as suas coisas que estavam em cima do sofá.
  - Ah tudo bem, é – dei uma pequena pausa, e terminei – de nada – sorri, e abri a porta. 
  Ele passou pela porta, se virou em minha direção, e levantou o dedo indicador e o médio, levando os dedos a cabeça, fazendo aquele sinal de “obrigada, eu sou badboy” ,dando um sorriso fofo, e desaparecendo enquanto descia as escadas.
  Passaram-se dois dias, e o meu livro ainda estava em desenvolvimento. Duas noites eu não pregava os olhos, pois tinha que terminar a maldita história – que se pareceria mais comigo, um romance chato, a distância, negro, e chato novamente – bufei com a merda de vidinha que eu levava. Já era de manhã. Arrastando os pés, e com uma cara de morta-viva, fui para a cozinha fazer algo para comer. Eu estava faminta, e com sono.
  Peguei o meu celular, liguei o despertador para tocar daqui duas horas, pois eu tinha que ir ao mercado, e depois pagar umas compras. Mergulhei na minha cama, me perdendo nos vários travesseiros que havia sobre ela.
  Dormi por duas horas em ponto, e fui direto tomar um banho. Estava frio, chovendo – como de costume – então, peguei uma roupa que não me fizesse passar frio, ou irritação. Vesti uma blusa básica, e uma jaqueta de veludo por cima; uma calça jeans vinho; um coturno; e finalizei com um lenço.
 Look
  - Ó meudeus ! – exclamei com os olhos brilhando, olhando em uma vitrine, com uma bolsa perfeita que me encantou – Ah não... Vou ter que levar ! – exclamei novamente.
  Sai do Shopping com umas 7 sacolas – sim, eu adorava fazer compras, principalmente quando o dia estava insuportável, e quando o seu namorado, lindo, não esta ao seu lado, enquanto seu namoro - que era escondido da sociedade - estava indo para o fundo do poço.
  Eu o queria ali, ao meu lado, mas pelo jeito, era mais difícil do que eu pensava.  
  Meu celular tocou – era Harry Styles – Alô ? Que saudades Hazza... – Eu disse.
  - Eu também estou com saudades, precisamos nos ver princesa – Harry disse.
  - Não me chame de princesa. Você sabe que eu estou brava com você.
  - Sim, eu sei. Eu também te amo sabia ? – ficamos horas conversando. Ele me contou sobre as turnês, os shows, e tudo mais. Contávamos tudo um para o outro, mas eu e ele sabíamos muito bem, que o nosso namoro estava indo de mal, para pior.
  Eu estava lá, sentada no chão ao lado da janela, vendo as gotas escorrendo, e a vidraça embaçada. A minha respiração se confundia com o silêncio daquela noite escura, era como se o mundo estivesse caindo sobre os meus pés, e eu observando de cima, vendo a minha vida se acabar, e as minhas lágrimas se escorrer em meu rosto e passar sobre o meu corpo.
  Alguém estava batendo na porta, não me importei quem seria, então pedi para entrar. Ele estava lá, segurando um buque de cravos, e uma caixa – de chocolate, obviamente.
  Fim da fala da (garota). Começo da fala de Harry.
  Eu entrei sem excitar, e me deparei com ela, sentada, com olhos cheio de lágrimas – nada havia mudado, sua sala estava do mesmo jeito, com pequenas prateleiras de livros, quadros gigantes, e seu cheiro continuava ali – (garota) estava encostada, ao lado da gigantesca janela de vidro, ela estava coberta - no mínimo duas cobertas - suas lágrimas escorriam com uma rapidez, e os seus lábios tremiam – vê-la assim era como um castigo para mim.
  Segurando firme o seu buque – que deveria ser surpresa – fui em sua direção. Não disse nada, pois o tempo iria dizer o porquê de tudo aquilo.
  Fim da fala de Harry. Começo da fala da (garota).
  Ele me abraçou, e então eu desabei. Minhas lágrimas pesavam em meu rosto, e as suas, se misturavam com as minhas – ele se cobriu, colocou o lindo buque ao nosso lado, e nos deitamos de conchinha. Encostei o meu rosto na janela, e ficamos observando a chuva passar sobre nós, como um furacão.
  - Não é tão fácil assim Harry... – eu disse, sem me mover, continuando a olhar a tempestade que ocorria lá fora. Ele afastou os meus cabelos longos, e me deu um beijo doce como o mel, em minha nuca.
  - Eu estou aqui, está tudo bem, seja o que for, eu estou aqui – suas palavras soaram como um pedido de desculpas.
  Eu me virei, e o encarei. Seus olhos estavam fixados aos meus, seus dedos tocavam o meu rosto, e suas pernas me agarravam. Harry moveu seus lábios com um “eu te amo” – não chegou ser um sussurro. Nos beijamos, e ali adormeci sobre seu peito. Em torno de uma hora, e meia.
  - Você sabe que não está sendo fácil. Não adianta fingir. Este é o começo do meu maior medo – meus olhos se encheram de lágrimas, e as minhas forças de dizer que tudo estava acabando sumiu de minha boca. Seu beijo longo, me calou, e seu abraço, me guardou.
  Não existia frio. O calor de seus braços tomou conta da minha alma, e ali, três cobertas, sumiam, saiam de nós. Nossas roupas se amontoaram e se misturaram. Seus dedos dançaram sobre o meu corpo, da minha perna, até os meus seios. Seu corpo latejava, o seu suor o dominava, e o nosso calor estava intenso como a chuva daquela noite.
  Eu sentia tudo o que uma garota sentiria em sua primeira vez – ele me segurava com força, seu corpo fixado ao meu, era como uma obra quebrada, sendo montada novamente. Seu peito apertava os meus, a sua boca percorria a minha face, e todo o meu corpo. Seus olhos fechavam conforme tudo ocorria. Seu amor me atingia de uma forma, que não, eu não poderia perdê-lo.
  Fim  da fala da (garota). Começo da fala de Harry.
  Nunca havia sentido aquilo antes, meus olhos reviravam, meu corpo pedia o seu. Eu sentia borboletas em meu estômago, eu sentia a sua carne tocar na minha, sua boca beijava os meus lábios, e suas mãos dançavam sobre o meu corpo. Sua respiração confortava o meu desejo, e o meu amor estava prestes a explodir, o meu desejo aumentava cada vez que fazíamos amor.
  Estávamos ali, deitados no chão, com cobertas para todo lado, em uma noite escura, e encantadora. Seu corpo encontrava o meu. Ela deitou sobre meu peito, nos cobrindo, e nos confortando – sim eu estava cansado – tivemos um sono longo, e acordamos apenas 12h00 – não, não havia sol, muito menos um pouco de calor. Estava frio, e chovendo calmamente.
  Fim da fala de Harry. Começo da fala da (garota).
  Me levantei rapidamente, coloquei a sua camisa, e uma calcinha. Harry chegou por trás, me dando um beijo quente em meu pescoço. Sorri, e virei a minha cabeça para o lado, encostando-a nele. Ele estava com o queixo sobre a minha cabeça, me abraçando forte.
  - Eu não vou deixar que nada aconteça com a gente. Eu te amo muito, não quero perde-la, jamais. Minha pequena princesa – ele disse com as palavras lentas, que eu tanto amava em toda a minha vida.
  Tomamos um café, e ficamos assistindo filmes embaixo da coberta, comendo pipoca, e tomando chocolate quente. Eu comecei a dizer tudo que precisava – ok, tivemos uma noite maravilhosa, mas ele iria embora, iria fazer shows todos os dias, e conversaríamos apenas por telefone, por um mês, até mesmo mais.
  Me levantei e comecei a desabafar, sem deixar ele falar. Ele fez o mesmo, começou a dizer, que não era fácil pra ele, que eu nunca entenderia, e blá-blá-blá. Nós começamos a discutir a nossa relação.
  - Você não entende não é mesmo. Eu te amo, isso não basta ? – ele disse andando de um lado para o outro.
  - É isso ! Pra você apenas o amor basta, mas o que adianta você trazer uma caixa de chocolate, e um buque de flores ? Não é simples assim, nada na vida é simples. Eu posso não te entender, mas nós dois sabemos muito bem, que a nossa relação está uma merda ! – eu estava nervosa, e então percebi que disse coisas que nem devia. Ele olhou em meus olhos apenas. – Eu não aguento mais. Pessoas dizem adeus. Não era você que me prometeu borboletas como no livro ? E essa tatuagem ? – eu tinha a metade de uma borboleta em um antebraço, e a outra metade no outro; Harry tinha a mesma na barriga. Ela significava o nosso amor – Nessa merda de livro, a garota não recebeu de seu amor as borboletas – eu pausei, e disse : - Pessoas dizem adeus.
  A chuva havia ficado mais pesada, e mais forte, então peguei o meu casaco, e sai do apartamento com lágrimas escorrendo. Desci as escadas em uma rapidez, porém, percebi que James – o cara que morava no apartamento em baixo do meu -, estava com a porta aberta, e me viu descendo desesperada. Eu ignorei, e desci mais rápido que antes. Quando estava prestes a atravessar á calçada, ele me puxou contra seu rosto.
  - Me solta James, me deixa – eu disse enxugando as lágrimas que escorriam e misturavam com a chuva que caia sobre nós dois.
  - Você está sofrendo, me deixa ajuda-la ?!
  - O que adianta você me ajudar ? Lembra quando você me prometeu as borboletas ? Então, me fizeram novamente essa promessa, só que pelo jeito, eu preciso sofrer para aprender que elas não existem, e nunca existiram – James, era o garoto do livro, que adorava as borboletas, e eu a garota. Aquele livro foi escrito por mim, mas não era invenção, era a minha história. Ele era o filho da família que me criou, ele foi o meu primeiro amor, e a minha primeira decepção. E essa bosta de destino me trouxe no mesmo prédio que ele sempre morou. – Agora me deixa, eu não preciso de você, nunca precisei !
  Eu saí, e ele foi atrás. Eu o ignorei, e continuei andando sobre aquele chão molhado. Já estava molhada dos pés a cabeça. Eu estava sofrendo, de mais. E a pior pessoa que poderia estar ali, estava – ele me puxou novamente.
  - Vai conversar com ele. Não faça  como eu, não corra. E quem disse pra você que as borboletas não existem ? Olha em seu próprio corpo, elas estão em você, só que ninguém as vê, muito menos quem duvida. Vem – ele tirou seu casaco, colocou sobre a minha cabeça, e me abraçou. Meu coração estava se repartindo, estava ardendo.
  Fim da fala da (garota). Começo da fala de Harry.
  Parado com o coração na mão, eu a esperava. De repente, a porta se abriu – eu estava de costas, esperando o seu abraço.
  Fim da fala de Harry. Começo da fala da (garota).
  - Me desculpe. Toma aqui – eu dei a continuação do livro “Você me trás as borboletas?” – Lê. Vou deixar a chave para você fora da minha porta. Eu te amo – ele se virou, pegou as folhas, e me puxou pelo pulso. Ele acariciava o seu rosto no meu, e encostava a sua boca na minha – Pessoas dizem adeus Harry. Mas eu prefiro dizer até logo.
  - Eu também prefiro. Eu te amo – nos beijamos. E ele pegou as suas coisas e saiu.
  Eu estava bem, como nunca. Eu saberia que ele estava ao meu lado, e saberia que o seu amor trouxe as borboletas até mim. As borboletas nos rodeavam. Eu nunca as vi, mas sempre senti.
  Fim da fala da (garota). Começo da fala de Harry.
 Cheguei em meu apartamento e fui direto ler a continuação do livro da minha princesa - “Ela era apenas uma garota, com 10 anos. Aquilo tudo era amor de um irmão que nunca teve. Mas o garoto dos seus sonhos, o a encontrou em uma livraria, com o seu livro em suas mãos ... Era ele que trouxe as borboletas até ela, era ele que completou a sua vida, sempre foi ele [...]”

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